terça-feira, 5 de agosto de 2014

Devaneios com pouco sentido

Dirigi-me ao cabeleireiro 5 minutos antes da hora marcada. Não sei se ainda há cabeleireiros sem marcações, mas antigamente havia e eu odiava, tinha de esperar horas e horas e ouvir um sem fim de tretas sobre a vida de fulana X e Y. 
Enquanto caminhava, desejava que não estivesse lá ninguém a fazer um penteado todo rococó e que se prolongasse pela minha marcação, algo que acontecera da última vez.
Não estava. Estava uma senhora com uma bebé ao colo, e a minha atenção foi logo para aquela menina de babete rosa e pezinhos descalços. Metam-me um bebé ou um animal à frente e eu espero o tempo necessário.
A menina atirou-se para o meu colo, acredito que devido à minha camisola rosa. Andei ali com um bebé desconhecido no colo, mas não me importei nada.

Sempre tive jeito para crianças, aliás, o ter seguido o ensino e o poder trabalhar com crianças advém desse meu jeito. Lembro-me de com 7 anos andar com os bebés dos vizinhos ao colo, fazê- los adormecer e rir. 
Desde pequena que sempre quis ter filhos, um dia. Honestamente, não sei se terei. Depende. Mas gostava muito de ter filhos. Não com um tipo qualquer, atenção. O meu sonho era ter filhos com ele, e apenas com ele. Não sei se está destinado isso acontecer-nos. Mas, às vezes, ainda imagino. Três, sempre quis ter três. Dois rapazes e uma menina. 
No entanto, quando imagino que a vida pode não me dar nada disso, já não fico triste. Fico só a sentir-me nostálgica com algo que nunca tive.
A verdade, é que acho que até daria uma boa mãe. E sei que ele seria um pai para lá de formidável. Veremos o que a vida nos reserva.


P.S - quem não souber que fui ao cabeleiro não se apercebe, só me livrei das pontas do mesmo, para crescer mais forte.

1 comentário:

Tulipa Negra disse...

R: Acho que essa é mesmo uma das piores partes do trabalho. Já não basta as injustiças que vão sofrer na vida ainda sofrem injustiças em casa e são descriminados pelos próprios pais.