Quando tinha 8 anos, mais ou menos, os meus pais increveram-me na natação. Desde muito nova que sei nadar, todos os estilos, e aprendi uma coisa: em água, nunca, nunca entrar em pânico. Não tenho medo do mar, tenho respeito. Sei nadar, mas não me meto em aventuras, acho que as pessoas devem analisar bem as situações e preveni-las.
Hoje, na piscina, houve um momento ligeiramente complicado. Uma das miúdas, com 11 anos, estava na piscina de ondas. Por acaso, vi-a e decidi, por feeling, passar o braço esquerdo pela cintura dela, para não se assustar quando as ondas começassem.
Elas começaram, nos primeiros cinco minutos correu bem, mas uma onda maior fez com que eu ficasse sem pé e a miúda, apesar de segura por mim, assustou-se por ter ido abaixo e não ter sentido o chão. Eu pressenti o pânico dela, que aumentou em 2 segundos. Senti-a a esbracejar e eu queria levá-la para a borda, mas ela agarrou-se à minha cabeça, fazendo-me ir abaixo. Conclusão, era eu com uma miúda a esbracejar e segura pelo meu braço esquerdo, eu sem pé a tentar chegar a um lugar com pé mas a ser atirada para baixo pela mesma miúda que tentava manter à tona. Nunca senti medo, nem por um segundo senti pânico, sabia que nada aconteceria, eu só precisava de conseguir arranjar pé e isso era nadando em frente.
Esta situação durou uns 10 segundos, se tanto, mas pareceram mais. Rapidamente, voltei a ter pé e tirei-a da água.
Depois dela se ter recomposto do susto, disse-me que não sabia nadar, algo que tinha sido bom eu saber antes pois nunca a deixaria ir tão para a frente na piscina, e que já quase se afogou com os pais, uma vez.
Foi apenas o susto, dela, não meu. Felizmente, não entro em pânico e felizmente achei por bem segurar aquela miúda. Parece que soube, ainda antes de acontecer.